Habitar uma Casa Saudável
Atualizado: 17 de jun. de 2023
No momento atual, convivendo com uma pandemia global, nos encontramos na necessidade do isolamento social. Nos manter em casa pode proporcionar situações e sentimentos não muito explorados, ampliando nossa percepção, o que nos possibilita refletir sobre aspectos que levam à uma casa saudável, no nível físico, mas também no nível dos relacionamentos. Neste post, vamos tratar das questões de habitabilidade e salubridade física da nossa casa que podem refletir no nível emocional.
Por um lado, o propósito do habitar é entendido em seu sentido amplo, que abrange não apenas a unidade habitacional, mas integra a sua inserção urbanística, requisitos necessários à moradia de qualidade - infraestrutura, saneamento, equipamentos coletivos, áreas públicas de recreação e lazer - além da segurança física e da preservação ambiental. As condições de habitabilidade são essenciais para proporcionar saúde e condições dignas de moradia, principalmente, quando se trata das condições precárias da habitação da maior parte da população nas cidades brasileiras.
Por outro lado, é importante reconhecer nossa primeira casa como o útero de nossas mães, que nos acolheu, nos nutriu e confortou até o nascimento. A segunda casa como nosso corpo, que precisa de cuidados, atenção e amor próprio para se desenvolver em sua plenitude. A terceira casa, onde moramos, um quarto, uma casa, um apartamento - o lugar que precisamos para nos acolher após um dia de trabalho, de atividades externas. Essa casa física precisa de atenção para que, no descanso, também possa nos cuidar, nos fortalecer.
Charles Laville (1950), geobiólogo estudioso sobre os efeitos da eletricidade sobre o corpo humano, dizia que "a casa que habitamos é uma projeção de nós mesmos e de nossa personalidade. Simultaneamente, ela nos condiciona e modela energeticamente", indicando que há uma relação entre o que somos, como agimos e os efeitos de nossa casa sobre nós. Da mesma forma, são ponderadas as condições que esta nos possibilita. Viver em uma casa saudável inclui condições para além das físicas e sensoriais. A salubridade integra as condições eletromagnéticas e a existência de zonas patogênicas ou nocivas à saúde humana. É importante identificá-las para promover uma casa mais saudável.
Nesse sentido, como reconhecer a insalubridade de uma moradia?
- Gretas nas paredes podem indicar a existência de veios subterrâneos de água e falhas do subsolo;
- Umidade e Sensação de frio pode ser um sinal de ter sido edificada sobre um lençol freático;
- Mofo nas paredes pode indicar má impermeabilização, mas estar sobre veios subterrâneos de água;
- Odores desagradáveis podem indicar pouca ventilação e existência de fortes energias telúricas;
- Angústia, vertigem e enjôos podem indicar um desequilíbrio energético, perturbação do meio habitado;
- Sufocação, reação alérgica ou asmática podem indicar uma deficiente ionização do ar.
Muitas dessas causas podem ser fisicamente medidas e tratadas, identificando zonas geopatogênicas, aprendendo a utilizar recursos como a luz solar, a ventilação natural, o reposicionamento de móveis no layout de ambientes, com ênfase nos locais de uso prolongado.
Heliana Mettig
Figura 1: Exemplo de ação combinada dos cruzamentos Hartmann, um veio subterrâneo de água e a perturbação de aparelhos elétricos. A mulher padecia de obstipação intestinal crônica e dores abdominais agudas. O homem, fadiga constante e depressão, com dores na cabeça e pernas.
Fonte: BUENO, M. Viver em Casa Saudável. São Paulo: E. Roka, 1997. (p.130)
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